Virgindade. Bliss
Edwards está para se formar na faculdade e ainda tem a dela. Cansada de ser a
única virgem entre suas amigas, ela decide que a melhor maneira de lidar com o
problema é perdê-la tão rapidamente e simplesmente quanto possível- uma noite de
sexo sem compromisso. Mas seus planos mostram ser tudo menos simples, quando ela
fica histérica e deixa um lindo e deslumbrante cara sozinho e nu na sua cama com
uma desculpa que ninguém com um meio-cérebro jamais acreditaria. E como se isso
não fosse bastante vergonhoso, quando ela chega à sua primeira aula no último
semestre da faculdade, ela reconhece seu novo professor de teatro. Ela o deixou
nu na sua cama cerca de 8 horas atrás.
RESENHA:
“Cada toque e cada beijo.
Porque nós dois insistimos. Resistimos. Sem importar o quanto perto, você está
sempre muito longe...” De fato, não é novidade que o
gênero literário ‘New Adult’ está dando o que falar. Nos Estados Unidos esses
romances se tornaram prioridade para um grande número de leitores, garantindo o
sucesso e a disseminação da classe, alcançando até mesmo as editoras
brasileiras, que prometem o lançamento de várias obras desse gênero para o ano
de 2013. Entre os destaques da classe está “Losing It”, o romance de estreia da
autora Cora Carmack, que teve seus direitos adquiridos pela editora americana
Harper Collins (que aproveitou também para adquirir os direitos sobre as
continuações que poderão vir do badalado livro da autora, e pelas informações
que ela anda divulgando em suas redes sociais, uma possível continuação não
tardará a ser lançada). Aqui no Brasil os direitos do romance ainda não foram
vendidos, contudo, não tenho dúvida de que isso é só uma questão de
tempo.
Lendo
a sinopse e assimilando-a com a capa da obra, concluímos que o romance em
questão é essencialmente carnal, contudo me surpreendi a me deparar com uma
história de paixão proibida, inegavelmente doce, consolidada nos desafios da
vida e baseada nos sentimentos e conflitos dos personagens principais. O tema
central da narrativa pode parecer clichê, pois trata sobre a virgindade de nossa
protagonista que, em seu último ano de faculdade está decidida a dar esse
‘grande’ passo em sua vida adulta. Contudo, diferentemente do que esperamos, o
conflito não está apenas na virgindade de Bliss, mas nos motivos que a levam a
manter-se distante de um relacionamento sério. Aos poucos somos envolvidos nos
medos e nas dúvidas dessa jovem, e não somente com relação ao seu corpo ou seus
enlaces amorosos, mas também com relação ao seu futuro profissional, e isso sim,
me cativou por inteiro. Na situação em que Bliss se encontra, prestes a
enfrentar o mercado de trabalho, é involuntário ter medo do futuro, do ‘pós’
faculdade, medos que a autora descreve muito bem e que abarcam completamente o
leitor que já passou por uma experiência similar.
O ápice da trama, como a
própria sinopse revela, é o homem escolhido por Bliss para uma noite de amor
casual, que inesperadamente é um dos seus novos professores no curso de teatro.
A tensão sexual entre eles é palpável, e claro, proibida. Entretanto, a
proximidade não só aumenta o desejo compartilhado pelo casal, como também
proporciona o início de um enlace sentimental, uma amizade, uma relação de
companheirismo e compreensão. Garrick, munido com seus olhos claros e seu
sotaque inglês, é irresistível, mas é o seu bom-humor e a sua verdadeira
preocupação com Bliss que encanta completamente o leitor. Imaginem um mocinho
que logo de cara esbanja seu charme e que exatamente por isso, tem tudo para ser
um grande galã, mas que não demora a deixar transparecer sue jeito sincero e
carinhoso de ser, colocando-se sempre a disposição para ajudar e cuidar da
mocinha da trama. É assim que Garrick é. Ele chama a atenção por não fazer parte
de um extremo, ou bad boy, ou melhor amigo, mas sim uma mescla dos dois, fato
que deixa Bliss maluca com a confusão de sentimentos que ele provoca
nela.
O
romance segue uma linha fluída, fator que quando acrescentado a narrativa da
autora, que é simples e direta, colabora para que não consigamos interromper a
leitura. Foram mais de duzentas páginas lidas sem pausas, e não apenas porque
estava curiosa quanto ao rumo da trama, mas principalmente, pelo motivo de que a
escrita da autora me capturou, trouxe os personagens para o meu mundo, e me
levou a compartilhar de seus medos. Gostei também da protagonista e de seus
amigos, todos eles são personagens que me fizeram relembrar dos bons momentos de
minha faculdade. Além disso, duas coisas precisam ser comentadas: o panorama de
teatro acrescentado a narrativa é, no mínimo, contagiante, as minúcias descritas
com relação ao curso me impressionaram muito; e o último capítulo, com suas
referências a ‘Orgulho e Preconceito’, é perfeitamente lindo. Tocante,
romântico, envolvente, nenhuma dessas palavras serviriam para descrever a
magnitude presente no desfecho dessa história.No todo, o livro é leve,
rápido de se ler, e próprio para os leitores que gostam de romances belos e
‘normais’ (às vezes sentimos falta de leituras desse tipo, não é mesmo?). O
único motivo que me fez “não acrescentá-lo” na minha lista de favoritos foi a
linha previsível da história, não que isso diminua o encanto da mesma, mas eu
senti falta de algo que marcasse o leitor, permitindo que além de se envolver
com a trama, também guardássemos algo dela. Entretanto, ainda quero ler os
próximos livros da autora, e torço muito para que o casal ganhe um novo
livro.
PAOLA
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